O que quero ser?
- Ateliê de Poesia
- 15 de abr. de 2021
- 5 min de leitura
Atualizado: 24 de mai. de 2021
Pastiche do poema titulado "O rãologista", de Jorge Sousa Braga*
*Jorge Sousa Braga nasceu em 1957, em Cervães, e concluiu o curso de Medicina da Universidade do Porto, em 1981, com a especialidade de Obstetrícia/Ginecologia. Iniciou a sua carreira profissional no Hospital de Santo António, no Porto. Tem vindo a trabalhar na consulta de casos de esterilidade/infertilidade. Autor de uma vasta obra poética, tem participado, também, em numerosas antologias, como organizador e/ou tradutor, e tem-se dedicado à escrita de livros infantis. O seu Herbário foi distinguido com o Grande Prémio Gulbenkian de Literatura Infantil.
Wook.pt (adaptado)

O rãologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que é que queres ser?"
Detesto que me falem lá do alto
Tão alto
Que mal os consigo ver
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um rãologista
Estudar a vida da rã
Conhecer o seu habitat
Nadar nos pântanos de manhã
Quero aprender a coaxar
A apanhar moscas com a língua
E a saltar"
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair
Porque tenho à minha espera um anuro.
Jorge Sousa Braga

O cãologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um cãologista,
Conhecer a sua lealdade e a sua atenção,
Descobrir as suas brincadeiras,
E sentir o seu amor incondicional.
Quero aprender a sua forma de ser,
Viajar pela cidade com uma expressão de felicidade,
E receber carinho, sorrisos e alegrias.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um companheiro leal.
Poema reescrito por Tiago Carneiro, 9.º A
O cãologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um cãologista,
Para aprender a forma de pensar
Dos nossos grandes amiguinhos,
Que nos percebem a falar
E não nos deixam entristecer,
Nem por um segundinho.
Dizem que o cão
É o animal mais inteligente do mundo
E eu não discordo, nem por um segundo,
Pois entende o nosso falar e o nosso pensar,
Além da forma da sua espécie comunicar,
Enquanto que as pessoas apenas a sua fala
Conseguem interpretar.
Por isso, eu quero aprender o seu pensar
E também o falar para com ele comunicar,
Toda a alegria e o carinho dele retribuir
E, assim, de igual forma, o compensar.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um ajudante,
Para me auxiliar neste estudo desgastante.
Poema reescrito por Maria Rita Loureiro, 9.º A

O tigrologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um tigrologista,
Investigar o maior de todos os felinos,
Perceber como se afiam as garras,
Entender como se caça,
Estudar os passos das presas,
Apreciar a sua beleza,
E evitar a sua extinção.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um tigresa.
Poema reescrito por Gonçalo Silva, 9.º A

O nuvenlogista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um nuvenlogista,
Entender os sonhos das pessoas,
Que tão alto voaram,
E, agora, inalcançáveis se tornam.
Quero sentir a suavidade
Das pétalas dos jardins dos céus,
Calcorrear caminhos mais brancos que neve.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera uma floresta para colorir.
Poema reescrito por Beatriz Teixeira, 9.º C
O nuvenlogista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um nuvenlogista,
Estudar a maneira como as nuvens são,
Conhecer a sua rotina,
E descobrir o porquê de elas não caírem ao chão,
Quero tentar provar um pouco,
Descobrir o sabor: morango, melancia ou melão
E sentir o vento
Daquele sítio tão alto onde estão.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera uma nuvem pequenina
De que irei cuidar e fazer sorrir.
Poema reescrito por Ana Rita Teixeira, 9.º C

O youtuberlogista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um youtuberlogista,
Conhecer todos os criadores de conteúdo,
Visualizar todos os canais,
E estar na moda da era digital;
Quero ganhar muito dinheiro,
E sou da geração do milénio,
Pelo que o Youtube é o meu futuro .".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um upload.
Poema reescrito por Tiago Mendonça, 9.º B

O dobradorlogista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um dobradorlogista,
Dar voz a várias personagens,
Para elas falarem português,
De modo a fazerem sorrir todas as crianças,
Quero viver aventuras através da minha voz,
Propiciar entretenimento no cinema e na TV,
E ouvir a minha voz, nos mais diversos ecrãs.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um estudiozinho.
Poema reescrito por Guilherme Ribeiro, 9.º B

O desportologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um desportologista,
Estudar melhor o desporto,
Conhecer os seus objetivos,
E praticá-lo, sempre a aprender,
De forma a ficar mais a saber
Sobre o que o desporto tem a esconder
E, assim, poder partilhar o que adquiri.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um atletazinho.
Poema reescrito por Cristiano Carvalho, 9.º B

O artologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um artologista,
Desenhar até perder de vista,
Pintar e aparecer numa revista,
Sonhar até onde posso chegar,
Acreditar que vidas vou mudar,
E que coisas diferentes vou criar.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um grande caminho por percorrer.
Poema reescrito por Maria Clara Moreira, 9.º A

O carrologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um carrologista,
Para dar vida às peças do carro,
Conhecer cada detalhe,
E sentir o seu arranque.
Quero ser o melhor condutor,
Ganhar troféus mundiais,
E estar com grande som, sempre que eu quero.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um carrão.
Poema reescrito por João Serôdio , 9.º C

O casologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um casologista,
Estudar e desenvolver vários projetos,
Apresentar soluções criativas,
E, sobretudo, tornar as pessoas felizes.
Quero aprender novas técnicas,
Olhar para as minhas criações,
E sentir muito orgulho e satisfação.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera um mundo puro.
Poema reescrito por Francisco Guerra, 9.º C

O canetologista
Detesto que os adultos me perguntem
"O que queres ser?".
Detesto que me falem lá do alto,
Tal alto,
Que mal os consigo ver.
E eu respondo-lhes:
"Quero ser um canetologista,
De caneta de ponta fina,
Para me expressar de livre vontade,
Escrever sobre tudo e mais alguma coisa,
Fixando os meus pensamentos,
E desenhando o que sinto em folhas,
Onde registo o que me vai na alma.".
E eles ficarão muito satisfeitos com o meu futuro
E eu pedirei licença para sair,
Porque tenho à minha espera uma bela escrita.
Poema reescrito por Hugo Cunha, 9.º C
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